Para tanto, basta seguir alguns passos que facilitarão a enfrentar e tornar as ações mais efetivas para um ambiente de trabalho saudável
Internamente nas oficinas mecânicas, assim como em qualquer empresa, podem existir conflitos que abalam a equipe e a produtividade. Com uma visão de outro mercado, mas que também cabe para a reparação automotiva, André Roberto Oliveira da Costa, diretor Financeiro e de RH da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas), separa os conflitos em cinco diferentes estilos: competição, acomodação, afastamento, acordo e colaboração.
Competição – “Antes de falar sobre competição dentro da empresa, precisamos falar a respeito dos valores estabelecidos por ela. Os valores vão nortear o comportamento dentro da empresa. Quando ela tem valores definidos e a competição está dentro desses limites é benéfico para a companhia, mas quando a competição se torna antagônica a esses valores, a direção precisa tomar medidas de correção de comportamentos”.
Segundo ele, no estilo competitivo o indivíduo está em um nível alto de assertividade, buscando seu interesse próprio, mas com baixa cooperação. A pessoa é agressiva e prevalece o poder. Sendo assim, o indivíduo não será assertivo, mas agressivo.
E Costa dá dicas de como o empresário deve lidar com essa questão de competição e incentivar o aumento de cooperação entre a equipe. “Ele tem que lidar da forma mais imparcial possível, sempre colocando os valores da empresa como um norte para não se perder o respeito entre a equipe”.
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Mesmo que as pessoas estejam competindo, ele diz que é importante que sempre prevaleça os valores da companhia. “Com os objetivos da empresa bem definidos e disponíveis para todos, fica mais fácil direcionar a competição de forma saudável, pois a competição acaba entregando o que a missão e visão dela buscam”.
Acomodação – “Ela acontece quando o colaborador não tem mais perspectiva de crescimento. É necessário que a empresa tenha um plano de carreira bem definido e mostre que a função dele é importante para entregar os resultados. Para o colaborador não cair na acomodação, é necessário que ela tenha objetivos de crescimento, criando novas oportunidades e, assim, desenvolvendo pessoas dentro da companhia”.
Nesse segundo estilo, ele esclarece que o indivíduo tem pouca assertividade e alta cooperação. Ele se autossacrifica para satisfazer a vontade de outra parte e abre mão do seu direito, se tornando passivo e não se posicionando com franqueza. Desta forma, o indivíduo não é assertivo em seu comportamento.
Afastamento – “Ao perceber que um colaborador está tomando esse rumo, o empresário pode chamar a pessoa para o protagonismo, buscar que ele perceba qual seu 1/3 em relação ao problema e fazer com que enxergue que ele próprio pode reverter a situação e ajudar a outra parte a melhorar”.
Nesse terceiro estilo, o indivíduo possui pouca assertividade e cooperação. Se afasta do problema e abre mão dos seus direitos. Ele se torna passivo e não é assertivo em seu comportamento.
Acordo – “No quarto estilo, nem a assertividade e a colaboração estão em seu estágio latente, nesse ponto o indivíduo abre mão de alguma coisa e outra parte também. Não há ação do ganha-ganha 100% e ambos saem perdendo”.
Colaboração – “Este é o ponto alto, uma estratégia de resultado de longo prazo e não curto. Os colaboradores terão mais qualidade de vida, o clima organizacional será pró-vida e todos terão prazer de trabalhar e fazer parte do time desta empresa”.
Ele explica que para conquistar a colaboração é necessário que a empresa tenha seu propósito bem estabelecido e que todos respirem isso, propósito, visão, missão e valores. “Dessa forma, o posicionamento estratégico precisa estar bem definido e, claro, para todos que fazem parte da companhia, pois eles motivam à ação”.
E é importante que algumas políticas de RH estejam maduras, como política salarial, plano de carreira, benefícios e ambiente físico de trabalho. “Ao cuidá-las de forma responsável e clara, permite apenas que o colaborador não caia em desmotivação”.
O executivo traduz que colaboração é o estilo de administração de conflito assertivo. “O indivíduo busca entender a outra parte e aprender com os erros, sem deixar que seus direitos sejam suprimidos ou esquecidos. Ao colaborar o indivíduo vê o outro como próximo e busca resolver o conflito de forma satisfatória para ambos os lados”.
Falha – Sobre os erros mais frequentes nas empresas para deixarem que os conflitos acima citados aconteçam, ele avalia que “o grande erro é que elas tapam os olhos para esse tipo de problema, deixam de lidar com isso. É preciso existir guardiões de valores da companhia, e quando eles perceberem que a empresa está se afastando de seus propósitos, eles precisam tratar isso, sendo duros com o problema e suaves com as pessoas”.
Para finalizar, ele comenta que as maneiras de tratar os conflitos existem e tudo dependerá do resultado desejado pelo gestor. “A meu ver, a resposta mais interessante sempre é a última: colaboração. Mas se não houver uma capacitação para essa postura, partiremos para os tratamentos errados e o resultado não será satisfatório. O caminho é aprender com as dificuldades e fazer com que dos conflitos os indivíduos tirem importantes lições. E isso é papel do gestor”.
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NA LIDERANÇA
Gilson Reis, do Caps São Caetano de Sul (SP), da Porto Seguro, conta que na oficina esses conflitos não existem. Antes mesmo que eles possam aparecer, já é feito um trabalho de gestão em sua empresa. “Nós trabalhamos muito no sentido de estimular todos os colaboradores a se ajudarem, até porque a meta dela é o trabalho em grupo”.
Para isso, ele deixa bem claro para eles que sozinho ninguém chega a lugar algum e que se um ajudar o outro, com certeza, os resultados serão melhores para todos. “Para isso, utilizamos vídeos e palestras para eles perceberem essa importância. Mostramos também qual é cultura de trabalho e a regra da empresa. Quem não pactua com ela, não se enquadra na empresa”.
Reis comenta que estimular a equipe faz parte da cultura da empresa, principalmente com relação à atualização e participação em cursos. “Percebemos que quando alguém acha que não tem como melhorar, isso está relacionado a algum problema familiar. O que fazemos é conversar e ajudá-lo. O que deixa o funcionário desmotivado é ele sentir que não é mais útil. O segredo é incentivar e motivar seus colaboradores”.
Post Original: https://www.reparacaoautomotiva.com.br/single-post/2018/12/10/Conflitos-internos-maneiras-de-lidar-com-eles-na-sua-empresa
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