Já foi estabelecido, no início dos carros flex no brasil que se o valor do etanol fosse até 70% do preço da gasolina, abastecer com o etanol seria vantajoso. Mas, pela evolução técnica dos motores e do próprio etanol, hoje, essa proporção está diferente e pode chegar a até 75%.
Mas qual escolher, gasolina ou etanol?
A entidade que representa os produtores de etanol de São Paulo – Unica – contratou o Instituto Mauá de Tecnologia para realizar testes, em campo, com automóveis usando etanol hidratado e gasolina vendida nos postos, com 27% de álcool anidro, para mostrar que os números de consumo divulgados pelo Inmetro não refletem a realidade em relação a esses dois combustíveis.
Foram utilizados 20 veículos: cinco unidades de quatro modelos diferentes (compactos 1.0 e 1.6, sedã médio e utilitário esportivo). Eles percorreram 27 km em trechos urbanos e 30 km em rodovias. Cada um desses circuitos foi repetido 15 vezes. Os trajetos foram definidos seguindo o padrão de testes e análises já realizados pelo Instituto Mauá em vias públicas.
Avaliado por meio de análise estatística, o desempenho médio do etanol comum em relação à gasolina comum, que contém 27% de etanol anidro, para os modelos de veículos testados variou de 70,7% a 75,4%. Como referência, os valores encontrados para os mesmos modelos de veículos pela norma do Inmetro foram, respectivamente, 66,7% a 72,1%.
Esse percentual também varia, principalmente, com o perfil de direção do motorista e a tecnologia embarcada no veículo.
Como fazer o cálculo?
Em carros equipados com computador de bordo: eles apontam quanto quilômetros por litro (km/l) o seu automóvel está fazendo. Dessa forma é possível avaliar melhor quando usar álcool ou gasolina.
Em modelos importados não é tão simples. Eles apontam o consumo em litros consumidos a cada 100 km rodados (l/100 km). Neste caso, é necessário fazer uma conta rápida para calcular o consumo: dividir a distância pela quantidade de combustível gasto. Por exemplo: um automóvel que faz 12 l/100 km tem uma média de 8,3 km/l (100/12 = 8,3)
Mas e nos carros que não tem computador de bordo? Neste caso, vai dar um pouco mais de trabalho. Complete o tanque (até o desarme da bomba) e zere o hodômetro parcial (ou anote o número exato do hodômetro total). Após rodar a distância que for conveniente, complete o tanque mais uma vez (novamente, até o desarme) e divida a quantidade de litros abastecido pela quilometragem. O ideal, para calcular o consumo com maior precisão, é que a operação seja feita por três vezes.
O cálculo do rendimento do carro é importante, pois o motorista poderá verificar também qual combustível é mais econômico em função do preço na bomba. Existe a convenção de que o etanol é mais econômico se custar até 70% do preço da gasolina ou 30% mais barato (baseado no teste do Inmetro). Mas se levarmos em conta os atuais testes do Instituo Mauá o motorista poderá verificar que seu carro rende muito mais e então economizará usando etanol mesmo se o percentual estiver acima de 70%, podendo chegar até 75%!
Veja, passo a passo, como calcular qual combustível é mais vantajoso:
- Divida o desempenho do etanol pelo desempenho da gasolina (se seu carro faz 7,3 km/litro com etanol e 10 km/l com gasolina, você deve dividir 7,3 por 10, que é igual a 0,73 ou 73%. Pronto, você achou o rendimento do carro com etanol).
- Faça agora o cálculo da relação do preço etanol/gasolina na bomba: divida o valor do etanol pelo do da gasolina (exemplo: se o litro do etanol custou R$ 2,74 e o da gasolina R$ 4,64, a relação, então, é de 0,59 ou 59%).
- A relação de preço acima (59%) dá uma enorme economia ao consumidor que optar por abastecer seu veículo com etanol. Se este cálculo resultar em 73%, por exemplo, o motorista também estará economizando ao optar pelo etanol.
Faça as contas e aproveite as melhores oportunidades para abastecer!